sábado, 1 de outubro de 2011

Desafio de aprendizagem


DESAFIO DE APRENDIZAGEM - “Educação a Distância no Brasil e no mundo”

Como parte da componente curricular da especialização em Metodologias e Gestão para Educação a Distância e dentro da disciplina “Educação a Distância no Brasil e no mundo” pontuo a seguir o parecer sobre a realização desse desafio de aprendizagem.
Quanto aos 2 (dois) blogs que tratam de temas relacionados à Educação a Distância, tive o imenso prazer de acompanhar blogs que me auxiliaram e continuarão auxiliando em meus estudos.
O primeiro foi o blog “Educação humanista inovador” do nosso Prof. Moran, o qual apresenta ótimos conteúdos sobre o ensino à distância no Brasil e no mundo. (moran10.blogspot.com)
O segundo foi um blog consagrado no ensino EAD nacional, o “Blog da Educação à Distância” (educacaoadistancia.blog.br) que apresenta muitos temas sobre a área além de concentrar grande número de visitantes.
Os comentários que realizei nesses blogs não foram tão impactantes para mim como a interatividade que tive ao publicar um texto em meu blog que falava sobre O EAD no sistema prisional brasileiro, no qual abordo a questão de que talvez seria importante esse tipo de ensino dentro dos presídios brasileiros.
Para minha surpresa, tive uma grande participação de colegas do curso Metodologias e Gestão para Educação a Distância e também de pessoas e estudiosos fora dele.
Abaixo o texto como postado no blog, seguido dos 18 comentários realizados pelos visitantes sendo que destes, 13 deles atualmente são seguidores do blog. Além disso, tive também 11 emails recebidos, falando sobre esse assunto polêmico.

O EAD no sistema prisional brasileiro

Ao ver na mídia gaúcha o desenrolar do caso do presidiário Eder da Silva Torres, aprovado no processo seletivo para o curso de Direito na Universidade de Caxias do Sul (UCS), não imaginava que me questionaria quanto ao EAD no sistema prisional brasileiro. E isso realmente pode ser um item transformador dentro das prisões, as quais na maioria das vezes, e ainda mais no sistema gaúcho, não oportuniza sequer um ambiente razoável de trabalho.
O caso terminou com a impossibilidade de Eder frequentar as aulas, pois não terá escolta. Conforme a Superintendência dos Serviços Penitenciários do RS, não há funcionários suficientes para acompanhar o detento e também "para não gerar precedentes". Pela  alteração na Lei de Execução Penal, haveria redução de um dia na pena de Eder a cada 12 horas de estudo. Polêmicas à parte, para Denise Carreira, relatora nacional para o direito humano à educação, isso vem acontecendo pois dos poucos detentos que passam em vestibulares, acabam por não continuar os estudos pois a escassez de funcionários para escoltas é aparente.
Para Carlos Fernando de Faria Kauffmann, advogado e professor de Direito Penal da PUC-SP, além dos presídios firmarem convênios com as universidades com o objetivo de disponibilizar meios de ensino interno, uma das alternativas seria trazer novas oportunidades de ensino a distância para dentro do sistema prisional de modo que "ninguém deixaria de estudar por burocracias".
Para quem não sabe, Fernandinho Beira-Mar, em 2010 também solicitou à Justiça Federal de Mato Grosso do Sul autorização para utilizar um computador e internet durante o curso a distância de Gestão Financeira, mas teve o pedido negado por "falta de infraestrutura".
Dentro do que vem sendo estudado no curso de pós em Metodologia e Gestão para EAD da Anhanguera, notei que essa é uma discussão que não está sendo trabalhada nos modelos educacional e judiciário brasileiro, e principalmente nas rodas pensantes do EAD. Ao menos não tomei conhecimento. Uma rápida pesquisa na internet nos retorna com colocações pontuais em fóruns ou blogs, mas não muito abertas à colaboração. Ao final estarei postando alguns links que nos ajudarão no estudo desse, que creio ser um tema pertinente não só à metodologia do EAD, mas ao modelo educacional brasileiro em conjunto com o sistema prisional.
Claro que de certa maneira, o EAD no Brasil é novo, mas tanto se fala de oportunizar condições dignas e humanitárias em prisões pelo país e em nada se trabalha para proporcionar o capital intelectual aos detentos. É necessário analisar inicialmente a infraestrutura do sistema como um todo, que encontra-se em estado caótico diga-se de passagem, mas que deveria ser pensado em conjunto com a educação nas prisões pelo país. Porque não uma instituição federal de EAD dentro do sistema prisional?
Além disso, seria necessário que novos meios de controle de acesso dos detentos aos meios de EAD fossem trabalhados. Convenhamos que ninguém ficaria confortável com Fernandinho Beira-Mar estar com acesso à internet. Não estou de maneira alguma julgando a conduta dele utilizar ou não os meios de acesso ao ensino para negociações de drogas. Mas em seu caso, precaver é o melhor remédio.
Enfim, não sou a pessoa mais adequada para apresentar os prós ou até contras essa situação do EAD no sistema prisional brasileiro. Temos colegas muito mais adiantados no estudo das metodologias e nuances do EAD.

Mas acredito que a integração do estudo a distância com um novo modelo prisional poderia proporcionar grandes ganhos sociais no país como novos instrumentos de ressocialização e reinserção social dos detentos.
E você, o que acha disso?
Concordas ou não? Deixe seu comentário.
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Para maiores informações sobre esses casos e o ensino EAD no sistema prisional acesse:
17 Comentários recebidos na Postagem de meu blog
Considerando que os cursos de ensino à distância estão em constante aperfeiçoamento, creio que os métodos de aprendizagem utilizados são eficazes o suficiente para serem ferramentas que colaborarão no processo de ressocialização daqueles que praticaram condutas delituosas. Entretanto, concordo com o posicionamento já exposto acima, que pondera a utilização de outros métodos para alcançar tal objetivo, uma vez que o uso da internet dentro dos presídios poderá se destinar a outro fim. Também devemos considerar o grande investimento que teria de ser feito para possibilitar a prática. Acredito que existam outras prioridades no que concerne o sistema prisional brasileiro...
Daniela Vicentini  em 13/09/11
Realmente é um assunto interessante a ser discutido. Muito se fala sobre a Educação a Distância, porém não se tratam de temas polêmicos como este. Fica como sugestão para os cursos EaD sobre esse tema.

Viviane Cristina C. Denardi
em 12/09/11
Olá Calebe! Ao ler o seu texto, me lembrei muito dos momentos que tive como tutora no curso de Pedagogia. Foi um período de um ano e meio, mas foi na implantação do modelo EAD da Anhanguera de Santa Bárbara d'Oeste e muitas coisas precisaram ser criadas. Foi um aprendizado para todos nós. Uma coisa que você mencionou e que limitava muito a caminhada do meu grupo era a falta de familiaridade com os textos. Muitos dos alunos passaram vários anos longe dos bancos escolares e se assustavam com tanta leitura e produção textual. Com isso, chegamos a pensar em contratar um professor para realizar um curso intensivo de leitura, interpretação e produção de textos. No final, os alunos foram formando grupos e um ajudou o outro, vencendo alguns problemas. O grupo se uniu e houve até um aluno que deu um curso aos que precisavam de ajuda no laboratório de informática. Enfim, a ajuda e união dos alunos foram fundamentais, mas se pudéssemos incluir algumas das suas ideias, nosso trabalho seria mais em Propostas para melhorar nossa educação a distância
arlete.brandi
em 10/09/11
Pertinente. Nos grandes centros convênios entre IES federais e Presídios para aplicação de cursos internamente e nas demais regiões do país para os detentos de pouca periculosidade permissão para participar de encontros presenciais e uso de laboratório de informática com vigilância no próprio presídio. Com interesse e apoio aos órgãos envolvidos, Educação e Justiça é possível formatar uma sistema que funcione. Isso é cidadania, inclusão e dignidade ao ser humano.
Carlos Campos Borges
em 08/09/11
Oi Pessoal Esse assunto é bastante polêmico, principalmente por se tratar de oportunizar também acesso a comunicação dos presos com o mundo "fora da cadeia" o que facilitaria os comando de crimes de lá de dentro. Penso que EAD seria uma oportunidade para tentar ressocializar os presos, mas só consigo enxergar a possibilidade através da TV e não de computador, mas como seriam os envios de tarefas sem computador? Olha...vou pensar melhor sobre esse assunto e tentar encontrar sugestões. Bianca Polins
Bianca
em 05/09/11
Penso que os detentos precisariam sim de mais conhecimentos, amor ao próximo, acima de tudo, amor a si próprio, acho que a EAD ajudaria a proximidade entre eles, sabemos que é uma modalidade que precisamos de muita força de vontade para estudar, muitos trabalhos a entregar e assim ocupariam um espaço de tempo em suas vidas, não deixando-os com a cabeça livre para pensar em besteiras. A EAD formaria bons profissionais.
Marlete Ricci
em 04/09/11
Penso que não é a EAD que vai melhorar ou piorar a situação do detento, que eles têm o direito a educação, oportunidade todos concordam. O sistema prisional brasileiro não funciona, as leis não são aplicadas como previstas, enfim, vamos dar mais uma chance de desvio de dinheiro público com a desculpa de oportunidades para todos. Sou favorável a investir em nossas crianças, no ensino deles para que quando crescerem não irem parar lá dentro da cadeia pra depois querer estudar.
Educação a distância no Brasil e no mundo
em 02/09/11
Que questão mais intrigante. Ao mesmo tempo que penso nas vantagens de proporcionar aos presidiários um ensino EAD, não consigo deixar de considerar as dificuldades que surgiriam no controle aos acessos deles à internet. Li um dos comentários sobre a possibilidade de bloquear ou limitar o acesso somente ao AVA, mas nós mesmos temos percebido a necessidade de buscas externas para enriquecer os nossos estudos. Acredito que isso será possível, mais requer muitos estudos e planejamento quanto a sua implantação. Arlete Brandi
arlete.brandi
em 02/09/11
Penso que, enquanto nossas leis estiverem limitadas em desculpas como "falta de infraestrutura", nunca teremos um sistema prisional efetivamente educativo e restaurador. O desperdício de dinheiro público, a falta de ética dos partidos políticos e de nosso representantes em Brasília consomem com nosso dinheiro pago com sacrifício e nossa sociedade sofre cada dia mais. Precisamos mudar este cenário, reclamando nossos direitos. Queremos pagar impostos sim, desde que retornem em benefício do povo. Que as prisões sejam justas e formadoras de pessoas que erraram e que tenham possibilidade de restauração, fazendo sua parte para um país mais fraterno, seguro, educado e feliz.
Henrique Rauch
em 02/09/11
Acho interessantíssimo que os presidiários pudessem ter acesso ao conhecimento, pois com a política adota hoje nas cadeias dificilmente estas pessoas sairão de lá reformados, caso pudessem estudar ,talvez, utilizassem o que aprenderam para aplicar realmente na nova vida que teriam.
EAD, ensino do futuro
em 01/09/11
Falar em educação a distancia é sempre uma caixinha de surpresa, pois a cada dia temos inovações e essa é uma delas..
leiliane
em 01/09/11
Sempre dizem que o Estado é um mau pai, porém medidas como esta surge uma luz no fim do túnel, pois a educação não tem fronteiras, nem idade e principalmente discriminação. Quanto ao acesso a internet, hoje, temos recursos necessários para bloquear o envio de mensagens e navegação, eu vou além, com o rastreamento de navegação fica mais fácil descobrir qual seriam contatos e qual o perfil do internauta prisional.
Caio Narcizo
em 01/09/11
achei uma ideia interessante, pois criaria uma oportunidade de crescimento dos presos, que geralmente são pessoas com baixo conhecimento e baixa renda.
nova vida
em 01/09/11
Penso que ao nível social dos detentos seria de grande valia, pois todos têm o direito a Educação. Claro que haverá de ser uma EAD mais acompanhado pelo setor de segurança, afinal eles não estão detidos por nada, não é mesmo? Até mesmo a seleção destes para frequentar deve ser bem analisada. E quem sabe com isso eles passam a ter outros olhares perante a sociedade.
Prof Terezinha Fernades
em 01/09/11
De fato é muito interessante essa questão, e creio que de fato a EAD poderia ser um mecanismo muito útil na ressocialização dos presos. Todavia não podemos nos esquecer, que há vários métodos do Ensino a Distancia se concretizar. Assim como os presos de grande periculosidade podem desvirtuar o uso da internet, então por que não oferecer o ensino por um método mais fácil de acompanhamento, como o papel, apostilas, livros , etc???? Creio que a tecnologia vem nos oferecer mais mecanismos e formas de realização de determinadas atividades, porém não exclue as já existentes. Quem se interessar no assunto EAD, pode acessar o meu blog; http://ead-educacaoqueaproxima.blogspot.com/
Prof(a) Tharsila
em 01/09/11
Não há o que discordar, é mesmo uma proposta producente, o que talvez teríamos como um grande obstáculo e que é o "calcanhar de aquiles" da nossa sociedade seria o envolvimento e comprometimento da Educação e da Segurança Pública, sem os devidos ajustes, esses pedidos serão negados.
elen souza
em 01/09/11
A Educação não é vista como uma das mais importantes fontes da quebra de desigualdades sociais no Brasil!!!??? Pois é, incrementar o sistema prisional brasileiro com possibilidades de acesso ao conhecimento aos detentos, é sim uma ótima iniciativa. Claro, há um custo. Mas, haverá custos também para a construção de novos presídios!!!!!Os carceres brasileiros estão em situação de penúria, deve-se buscar novas alternativas para acabar com a criminalidade e reeducar aqueles que já erraram alguma vez, dando-lhes oportunidades de reingressar na sociedade!!!!!!!!
Danielle Zanardi Leão
em 01/09/11
Emails recebidos comentando a postagem no blog
Em 1 de setembro de 2011 08:09, Danielle Zanardi Leao <dannyleao@ig.com.br> escreveu:
BOM DIA!
JA ENCAMINHEI MEU COMENTARIO
MEU BLOG É
 muito obrigada
 dani
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Em 1 de setembro de 2011 09:40, Márcia Cristina Purissimo <mcpurissimo@yahoo.com.br> escreveu:
Calebe olá meu nome é Márcia e sou tutora presencial de Serviço Social do Pólo da Anhanguera de Santo Anastácio/SP. Devo confessar que nunca havia pensado na possibilidade de inserção de presidiários em faculdades a distancia, porém, essa possibilidade não é nova uma prova foi Nelson Mandela que Cursou se eu não me engano Direito por correspondencia. Claro que com a internet a possibilidade de cometerem crimes é muito grande porém, acredito que existam maneiras s de monitorar e controlar os acessos realizados pelos alunos e também a não seria tão dificil a implantação de salas dentro dos proprios presídios.
Não se fala tanto em recuperação, em dar oportunidades? Quem sabe essa é uma chance de diminuir as desigualdades tão gritantes em nosso pais.
Vou ler mais sobre o assunto e postarei minha opinão no seu blog.
Até mais, Márcia.
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Em 1 de setembro de 2011 10:18, <mauriciodias.adm@uol.com.br> escreveu:
Olá Calebe, como vai?
Realmente é um grande prazer também ter essa oportunidade com você!
Parabéns, muito boa a sua iniciativa. Já postei meu posicionamento em seu blog.

Aproveito para lhe enviar o meu:
http://mauriciodiasadm.blogspot.com/

Estou em fase de construção do meu blog e se possível gostaria que colaborasse !!

Grato e seja feliz!

Prof. Ms. Maurício Dias
Professor Cursos MBA
CRA/SP 120.749
Anhanguera Educacional
Pólo Indaiatuba/SP

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Em 1 de setembro de 2011 10:29, Joana garcia Lorenzetti <joanalorenzetti@hotmail.com> escreveu:
 maravilha, que ótima idéia , pena que os nossos governos não tem tempo de prestar atenção na real necessidade dos nossos presidiários. nossos, pois fazem parte da nossa sociedade e se for feito um levantamento seá visto que a maioria deles não tiveram oportunidades de fazer o fundamental. Está na hora de fazer a inclusão.  O Brasil tem espaço para todos.   Aqui perto de minha cidade tem uma penitenciaria que atende a mais de 1000 jovens nafaixa etária de 20 a 24 anos. O futuro para eless está na educação, É o que penso.
 Joana.meu blog é eadfiquepordentro.blogspot.com
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Em 1 de setembro de 2011 13:28, Neusinha Coelho <neusinhaborgesrg@gmail.com> escreveu:
Prezado Calebe,

Fico contente pelo contato firmado.

Visitarei seu blog e certamente deixarei um comentário.

Aproveito para enviar-lhe o endereço do meu blog. Trata sobre a educação complementar de jovens que tem interesse em ingressar no mercado de trabalho. www.trupedotrampo.blogspot.com

Att,
--
Neusa Maria Coelho Borges
Administradora
Pós-Graduanda de MBA em Gestão de Pessoas
Pós-Graduanda de Especialização em Metodologia e Gestão do Ensino à Distância
Educadora Social
Orientadora Profissional
Voluntária
Contatos: (53) 8435-6145
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Em 1 de setembro de 2011 20:18, Nanci Flor da Silva <nanciflor@yahoo.com.br> escreveu:
Calebe,

Não consegui responder no site:

A educação infelizmente não é prioridade de governo. As pessoas que possue plena liberdade de direitos não possuem o acesso a uma educação de qualidade.
Há inúmeras pessoas com analfabetismo funcional que são incapazes de desenvolver funções mais complexas e reflexivas.
Estamos todos presos a um sistema desigual e dentre os mais pensalizados estão os que já sofrem com privação da liberdade.


Nanci Flor da Silva
Assistente Social do NASF
UBS Vila Penteado/ Vista Alegre
Telefone: (11) 8882-3304 
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Em 2 de setembro de 2011 20:30, Arlete Teresinha Pontin Esteves <arlete.brandi@ig.com.br> escreveu:
Olá Calebe! Achei a sua questão muito interessante e agradeço pelo contato. Deixei meu comentário no blog. Abraços,
Arlete
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Em 2 de setembro de 2011 21:08, nestor de souza filho <nestor.souzafilho@yahoo.com.br> escreveu:
Caro Calebe, 
quero te dar os parabéns pelo seu blog, gostaria de te dizer com toda humildade, e também quero esclarecer que não sou professor, mas como tema debatido, acredito que irá ter muitos comentários, sugiro que você mude para A EAD no sistema..., e não O EAD no sistema...pois é uma palavra feminina, aprendi isso agora no começo do curso EAD que estou fazendo também.. é isso, sucesso, tudo de bom,  e é claro, postei meu comentário.
Abraços, 
Nestor.
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2011/9/4 Marlete Rodrigues dos Santos Ricci <marletericci@uol.com.br>
Olá Calebe,
 por favor, eu comentei no seu blog, agora peço que entre no meu por favor.


 fico muito grata.
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Em 16 de setembro de 2011 11:45, Dulcelena Sueli Alves <dulcelenasueli@hotmail.com> escreveu:
Concordo! Apenas acho que necessitamos de tecnologia adequada para elaboração de materiais e disponibilização de conteúdos, com segurança, o que torna imprescindível por se tratar de presídio.
O sistema EaD é uma opção para uma parte da sociedade excluída pelo sistema convencional, no meu blog trato o acesso a universidade de qualidade pela população das pequenas cidades e de baixa renda.
Dulcelena.
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Concordo com você Carlos Campos Borges, acho que iria funcionar sim, esta modalidade dentro dos presídios. Faço uso de sua palavras: isso é cidadania, inclusão e dignidade ao ser humano.
Marlete Ricci
em 20/09/11
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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

O EAD no sistema prisional brasileiro


Ao ver na mídia gaúcha o desenrolar do caso do presidiário Eder da Silva Torres, aprovado no processo seletivo para o curso de Direito na Universidade de Caxias do Sul (UCS), não imaginava que me questionaria quanto ao EAD no sistema prisional brasileiro. E isso realmente pode ser um item transformador dentro das prisões, as quais na maioria das vezes, e ainda mais no sistema gaúcho, não oportuniza sequer um ambiente razoável de trabalho.

O caso terminou com a impossibilidade de Eder frequentar as aulas, pois não terá escolta. Conforme a Superintendência dos Serviços Penitenciários do RS, não há funcionários suficientes para acompanhar o detento e também "para não gerar precedentes". Pela  alteração na Lei de Execução Penal, haveria redução de um dia na pena de Eder a cada 12 horas de estudo. Polêmicas à parte, para Denise Carreira, relatora nacional para o direito humano à educação, isso vem acontecendo pois dos poucos detentos que passam em vestibulares, acabam por não continuar os estudos pois a escassez de funcionários para escoltas é aparente.

Para Carlos Fernando de Faria Kauffmann, advogado e professor de Direito Penal da PUC-SP, além dos presídios firmarem convênios com as universidades com o objetivo de disponibilizar meios de ensino interno, uma das alternativas seria trazer novas oportunidades de ensino a distância para dentro do sistema prisional de modo que "ninguém deixaria de estudar por burocracias".

Para quem não sabe, Fernandinho Beira-Mar, em 2010 também solicitou à Justiça Federal de Mato Grosso do Sul autorização para utilizar um computador e internet durante o curso a distância de Gestão Financeira, mas teve o pedido negado por "falta de infraestrutura".

Dentro do que vem sendo estudado no curso de pós em Metodologia e Gestão para EAD da Anhanguera, notei que essa é uma discussão que não está sendo trabalhada nos modelos educacional e judiciário brasileiro, e principalmente nas rodas pensantes do EAD. Ao menos não tomei conhecimento. Uma rápida pesquisa na internet nos retorna com colocações pontuais em fóruns ou blogs, mas não muito abertas à colaboração. Ao final estarei postando alguns links que nos ajudarão no estudo desse, que creio ser um tema pertinente não só à metodologia do EAD, mas ao modelo educacional brasileiro em conjunto com o sistema prisional.

Claro que de certa maneira, o EAD no Brasil é novo, mas tanto se fala de oportunizar condições dignas e humanitárias em prisões pelo país e em nada se trabalha para proporcionar o capital intelectual aos detentos. É necessário analisar inicialmente a infraestrutura do sistema como um todo, que encontra-se em estado caótico diga-se de passagem, mas que deveria ser pensado em conjunto com a educação nas prisões pelo país. Porque não uma instituição federal de EAD dentro do sistema prisional?

Além disso, seria necessário que novos meios de controle de acesso dos detentos aos meios de EAD fossem trabalhados. Convenhamos que ninguém ficaria confortável com Fernandinho Beira-Mar estar com acesso à internet. Não estou de maneira alguma julgando a conduta dele utilizar ou não os meios de acesso ao ensino para negociações de drogas. Mas em seu caso, precaver é o melhor remédio.

Enfim, não sou a pessoa mais adequada para apresentar os prós ou até contras essa situação do EAD no sistema prisional brasileiro. Temos colegas muito mais adiantados no estudo das metodologias e nuances do EAD.

Mas acredito que a integração do estudo a distância com um novo modelo prisional poderia proporcionar grandes ganhos sociais no país como novos instrumentos de ressocialização e reinserção social dos detentos.

E você, o que acha disso?
Concordas ou não? Deixe seu comentário.
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Para maiores informações sobre esses casos e o ensino EAD no sistema prisional acesse:

Propostas para melhorar nossa educação a distância

A educação a distância está modificando todas as formas de ensino e aprendizagem, inclusive as presenciais, que utilizarão cada vez mais metodologias semi-presenciais, flexibilizando a necessidade de presença física, reorganizando os espaços e tempos, as mídias, as linguagens e os processos. EAD tem significados muito variados, que respondem a concepções e necessidades distintas.
Podemos avançar muito na personalização das propostas, mais abertas, com forte aprendizagem colaborativa, em redes flexíveis e respeito ao caminho de cada um. Na EAD o aluno poderia ter seu orientador, como acontece na pós-graduação. Esse orientador seria o principal interlocutor responsável pelo percurso do aluno, com ele definiria as disciplinas mais adequadas, as atividades mais pertinentes, os projetos mais relevantes. Teremos cursos mais síncronos e outros mais assíncronos, alguns com muita interação e outros com roteiros predeterminados, uns com mais momentos presenciais enquanto que outros acontecem na WEB. Essa flexibilidade de processos e modelos é fundamental para avançar mais, para adequar-nos às inúmeras possibilidades e necessidades de formação contínua de todos.


Diante da dificuldade muitos alunos em adaptar-se ao processo de aprendizagem a distância, vale a pena pensar em propostas que implantem a metodologia da EAD de forma mais progressiva. Cursos a distância com alunos com maiores dificuldades (em média) de autonomia - ex: EJA, cursos técnicos, tecnológicos, graduação de cursos com alunos com pouca fluência de leitura, escrita e pouca independência pessoal - poderiam ter um processo de entrada mais suave na EAD. Começar com uma ambientação tecno-pedagógica para a EAD mais forte, feita presencialmente em parte, em laboratórios, com bastante mediação tutorial.
O primeiro ano desses cursos teria uma carga horária presencial maior do que a habitual, haveria mais encontros presenciais, mais tutoria local, mais aulas ao vivo junto com as demais atividades online, só que em quantidade menor, nesse primeiro ano.

Com esse ano de transição entre o modelo presencial e o a distância, o aluno estaria melhor preparado para enfrentar os desafios de caminhar para uma maior autonomia, para poder gerenciar melhor o seu tempo, para trabalhar mais virtualmente. Assim, a partir do segundo ano, aumentaria a virtualização do curso, com menos encontros e tutoria presenciais e mais orientação e atividades pela WEB.

No primeiro ano, as aulas seriam mais informativas, ao vivo ou por videoaulas fáceis, com histórias, representações, entrevistas. As atividades poderiam ser feitas em pequenos grupos presencial e virtualmente, para aprender juntos, dar-se apoio, manter vínculos, não desistir. Progressivamente haveria mais leituras, atividades mais complexas individuais e em grupo, pela WEB.

Cursos de formação de professores, que hoje utilizam mais a WEB, poderiam incorporar videoaulas ou teleaulas interessantes e motivadoras, como elementos enriquecedores da experiência de aprender online. Os cursos que se baseiam em textos na web, mesmo que bem produzidos e em tom dialógico, exigem um salto cultural grande demais, num primeiro momento, para alunos vindo de escolas pouco exigentes e que não desenvolveram o hábito da pesquisa contínua e produção autônoma.

É interessante a organização de aulas produzidas de forma mais inteligente e econômica, principalmente na formação de professores. As universidades públicas, através da gestão da UAB – Universidade Aberta do Brasil – poderiam criar materiais, principalmente os audiovisuais, de forma integrada, gastando menos recursos na produção e concentrado-os mais na tutoria e na adaptação à realidade regional. Universidades com mais competência reconhecida em algumas áreas fariam essas produções de videoaulas e do material de apoio básico (livros...) que serviriam de base para os cursos semelhantes de outras instituições e que poderiam ter algumas adaptações regionais, aproveitando a maior parte da produção já feita.

Em EAD não precisamos todos fazer tudo. A especialização pode baratear enormemente os custos, sem diminuir a qualidade. Esses materiais poderiam estar disponíveis no portal do Ministério para todas as instituições públicas e privadas. O dinheiro de educação é pago com os nossos impostos e se um material pode ser útil para muitos, por que não disponibilizá-lo? A educação a distância não é só conteúdo pronto, mas conhecimento construído a partir de leituras, discussões, vivências, práticas, orientações, atividades. Disponibilizaríamos os materiais básicos e cada instituição os adaptaria ao seu projeto pedagógico. Por que todos temos que fazer os mesmos materiais sempre de forma isolada, principalmente na formação de professores?

Nos cursos presenciais poderíamos também flexibilizar a relação presencial-digital de forma progressiva. No primeiro ano, as atividades aconteceriam mais na sala de aula. Haveria uma ênfase maior na aprendizagem do uso das tecnologias digitais feito no laboratório até o aluno ter o domínio do virtual e poder fazê-lo a distância. Algumas disciplinas teriam no máximo, nesse primeiro ano, vinte por cento de atividades a distância. Do segundo ano em diante, a porcentagem de EAD poderia aumentar até chegar a metade em sala de aula e metade a distância (sem ultrapassar a carga total de vinte por cento a distância, enquanto não mudar a legislação vigente).

Nos modelos WEB é importante utilizar mais a videoaula, a teleaula, a web-conferência e o uso também de tecnologias móveis.
Nos modelos teleaula convém ter menos aulas expositivas e melhorar a produção, combinada com atividades significativas em sala e na WEB. Nestes modelos precisamos aproveitar melhor os recursos da WEB e as tecnologias móveis.

Caminhamos rapidamente para poder aprender em qualquer lugar, a qualquer hora e de muitas formas diferentes. Aprender quando for conveniente, com ou sem momentos presenciais, mas sempre com a possibilidade de estarmos juntos, de aprender colaborativamente e de construir roteiros pessoais. Com a riqueza de mídias, tecnologias e linguagens, podemos integrar conteúdo, interação, produção tanto individual como grupal do modo mais conveniente para cada aluno e para todos os participantes.

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O texto completo está disponível em http://www.eca.usp.br/prof/moran/propostasead.htm . 
Está baseado em Modelos e avaliação do ensino superior a distância no Brasil, da minha autoria, e publicado na Revista ETD – Educação Temática Digital da Unicamp, Vol. 10, Nº 2, 2009

Debatendo o Ensino EAD

Meu nome é Calebe Salvia de Sousa, sou administrador de empresas, tutor EAD no curso de Adm da Anhanguera no polo de Novo Hamburgo/RS e coordenador acadêmico.

Estou cursando esta pós e achando muito interessante a metodologia que está sendo empregada, principalmente na tarefa, uma vez que instiga os alunos do curso e nossos  colegas a interagir no sistema a distância. E isso ocorre dentro das próprias tecnologias que estão sendo estudadas e que lhe possibilitam.

É o real aprender na prática. E aqui vale algumas considerações.

Em momento que a internet vem se torna o presente e o futuro de qualquer cidadão, nada mais óbvio que o ensino a distância se desenvolva usando das suas melhores ferramentas.
E nisso mergulhamos!

Me sinto privilegiado em fazer parte de tão grande instituição que tenho certeza que está mudando vidas por esse Brasil. Vejo no convívio com os alunos da graduação, a satisfação desses em estar em um curso de nível superior.

Quantos deles acreditam que será mais um curso. Sim, porque muitas são as instituições que degradaram e continuam degradando o modelo do ensino a distância. Mas quando esses mesmos alunos veem que a qualidade que buscamos, digo buscamos porque faço parte disso,  é em prol do desenvolvimento do próprio aluno, um sentimento de realização pode ser notado em uma simples entrega de uma atividade de aula.

E é disso que amo fazer parte.

De um modelo promissor, dinâmico, instigante e midiático que possibilita a muitos alunos no país saírem da periferia da massa pensante e porque não das periferias das grandes e pequenas cidades.

Me orgulha saber que faço parte de um movimento nacional pelo saber, e que: enquanto muitos catedráticos se aninham em grandes salas para estudar soluções para a educação brasileira; enquanto muitos governos e políticos se engalfinham em discussões sobre o caos na educação; enquanto muitas instituições brincam com quem quer aprender; e enquanto a super-ultra-mega e por vezes utópica salvação da educação brasileira não vem; eu, meus alunos, meus colegas e professores, estamos aqui, fazendo a nossa parte, fazendo a diferença.

Brincando com os termos da minha área, a administração, digo que isso é o ativo intangível da educação, ou seja, bens não palpáveis que não têm representação física imediata.
Porque nisso trabalhamos.

Somos engenheiros, arquitetos, pedreiros, serventes do futuro de nossos alunos. Do futuro do nosso país.

Isso me orgulha. Isso me completa. Isso sou eu.

ISSO É VOCÊ!!